Durante a minha infância não me recordo de muitas experiências com pessoas com deficiência, mas a que me marcou e que me lembro foi a seguinte.
Na família de minha mãe havia uns primos no qual não tínhamos muito contato, porém me lembro que nas raras vezes em que íamos visitar este casal de primos dela, havia um rapaz surdo filho do casal. Eu era pequena, mas me lembro que quando íamos na casa deles eu queria ficar perto deste rapaz surdo pra tentar me comunicar com ele de alguma forma.
Ele gostava de brincar comigo e também tentava estabelecer algum tipo de comunicação, era interessante e minha mãe achava intrigante o fato de uma criança se interessar por isso.
O tempo passou eu cresci, e quando tinha 15 anos fui a uma igreja e lá tinha uma Intérprete de Libras, fiquei fascinada ao ver a habilidade da moça e não tirei os olhos dela, e pensei que queria aprender a fazer aquilo. Então procurei um lugar para fazer curso e comecei a aprender, depois entrei na faculdade e lá também fiz outro curso fui pegando gosto pela coisa.
Hoje já fiz vários cursos de Libras, fiz uma pós graduação e trabalhei como Intérprete há alguns anos e hoje sou professora de Libras do IF.
Sou apaixonada pela minha profissão, e acredito que o amor por ela começou ainda criança quando tentava me comunicar com aquele surdo.
